Após noite violenta de confrontos, manifestantes voltam a ocupar Kiev.
Governo prepara diálogo com a oposição no país.
Os opositores ucranianos que protestam nesta segunda-feira (20) em Kiev lançaram uma catapulta de madeira contra os soldados antidistúrbios no centro da capital, sem, no entanto, atingir o alvo.
O projétil lançado pelos manifestantes entrincheirados na Praça da Independência foi parar a dez metros de distância. A catapulta, de três metros de altura, foi construída com vigas e tábuas de madeira por dez pessoas, que correram para terminar sua construção antes que caísse a noite.
Quase 200 mil pessoas se reuniram no domingo (19) na mesma praça, epicentro dos protestos que começaram em dezembro, quando o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, se negou a assinar um acordo de associação com a União Europeia (UE) e optou por uma aproximação com a Rússia.
Os enfrentamentos violentos continuam nesta segunda pelo segundo dia consecutivo em Kiev, sem que as autoridades sejam capazes de restabelecer a ordem pública.
O descontentamento explodiu com a recente aprovação de um pacote de leis que restringem a liberdade de reunião ao proibir a instalação de barracas, alto-falantes e palcos em lugares públicos, e permitir a detenção de manifestantes que estiverem usando capacetes ou máscaras.
Presidente fala em 'ameaça'
As manifestações em Kiev que 'terminam em confusões em massa' são uma ameaça para toda a Ucrânia, declara o presidente ucraniano, Viktor Yanukovitch, em um pronunciamento ao país, nesta segunda-feira, no qual convoca a oposição ao diálogo.
'Eu entendo sua participação nessas ações de protestos em massa (...) mas quando as ações pacíficas terminam em confusão em massa e são acompanhadas de violência e de incêndios criminosos, isso ameaça não apenas os cidadãos de Kiev, mas toda a Ucrânia', afirma ele, segundo o texto disponível na página da Presidência na Internet.
'Convoco ao diálogo, ao compromisso com a calma', insiste.
O Ministério Público da Ucrânia pediu nesta segunda-feira aos manifestantes a parar os confrontos com as forças de ordem, considerando que se trata de um 'crime contra o Estado'.
'É necessário pôr fim imediatamente aos motins que são acompanhados de violência, incêndios criminosos, distúrbios violentos e que ameaçam a segurança nacional da Ucrânia. Não é só 'vandalismo'. É um crime contra o Estado', declarou o promotor Viktor Pchonka em um comunicado.
fonte: G1
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