Com Pato e Sheik como alvo, cerca de 100 corintianos pularam muro e arrebentaram alambrado para invadir o CT Joaquim Grava
Cerca de 100 torcedores invadiram o centro de treinamento do Corinthians
na manhã deste sábado. Mesmo com reforço policial no local, os
corintianos pularam um portão destinado à entrada da imprensa e entraram
nos campos do CT Joaquim Grava, onde o time de Mano Menezes faria
atividade tática, marcada para as 9h30. A comissão técnica agiu rápido e
colocou os atletas, que estão concentrados, em local secreto, dentro do
próprio CT. Durante a invasão, os invasores pegaram a faxineira do
hotel pelo pescoço e roubaram três celulares de funcionários do clube.
Depois de mais de duas horas de negociações com dirigentes, os líderes
do protesto se negaram a sair do centro de treinamento até conversarem
com um representante do elenco. Cinco torcedores foram recebidos pelo
técnico Mano Menezes. Todos os corintianos se retiraram após quinze
minutos de papo com técnico do time.
No início da manhã, 15 torcedores fizeram protesto pacífico na frente
do portão principal, por onde entram os jogadores para o treinamento. O
Corinthians, preocupado, chamou a polícia. Mesmo depois de garantir que a
manifestação não teria violência, os torcedores mudaram o plano e deram
a volta no CT. Do outro lado, 100 pessoas, segundo a Polícia Militar,
fizeram dois buracos em um alambrado que impedia a entrada nos campos.
Outros pularam o muro.
Os alvos dos torcedores eram os atacantes Emerson Sheik e Alexandre Pato - os dois foram insistentemente xingados pela torcida ainda no intervalo da derrota para o Santos por 5 a 1, quando estavam no banco de reservas. Sem achar os atletas, os corintianos invadiram o hotel do CT, onde ameaçaram a recepcionista e a faxineira. A segunda foi segura pelo pescoço por um dos invasores. Depois, seguiram para a academia, onde encontraram o auxiliar técnico Silvynho, o observador técnico Mauro Silva e o diretor de futebol Ronaldo Ximenes. Consultor médico do Corinthians, Joaquim Grava, se assustou com a confusão, caiu no chão, e passou mal. Três
- Foi a coisa mais feia que eu já vi! Nunca havia acontecido isso - disse Mauro Silva.
O pai do volante Guilherme Andrade, Sônio, estava dentro do centro de treinamento na hora da invasão, sentado em uma sala reservada a visitantes e assistiu a tudo de perto. Ele conta que recebeu uma ligação do filho, logo que os torcedores entraram no hotel, avisando que o elenco estava em um local seguro e não havia motivo para preocupação.
Vinte minutos depois da invasão, e depois de negociação com o chefe de segurança do Corinthians, os torcedores se retiraram do CT. Entretanto, voltaram logo em seguida, alegando que não sairiam enquanto um representante do elenco não aparecesse para conversar com os comandantes do protesto. Foi quando o técnico Mano Menezes resolveu receber cinco representantes. A manifestação teve participação de membros de três torcidas: Gaviões da Fiel, Camisa 12 e Pavilhão 9. Durante o protesto, os torcedores chegaram a discutir diversas vezes entre eles mesmos.
Depois do protesto, a Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do Corinthians, fez mais ameaças ao elenco. Em uma mensagem publicada no Twitter, os torcedores insinuaram que a situação pode piorar, caso o time não vença o próximo jogo do clube, no domingo, contra a Ponte Preta. O post foi apagado poucos minutos depois da publicação.
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